domingo, 25 de maio de 2025

O Mundo das Redes Sociais

O Mundo das Redes Sociais

Os textos fornecem uma visão histórica e social das redes sociais, explorando sua evolução desde as plataformas iniciais como Six Degrees e ICQ até as mais modernas como Threads e X. Discutem a origem conceitual das redes, relacionando-a a ideias de conexão e estruturas encontradas na natureza, bem como sua aplicação na sociologia e antropologia. Além disso, abordam o impacto das redes sociais na sociedade brasileira, destacando o surgimento de grupos de pesquisa no Brasil que estudam o fenômeno sob perspectivas sociais e culturais, e refletindo sobre as contradições inerentes às interações digitais horizontalizadas em uma sociedade real predominantemente hierárquica. Os textos também detalham a história e as características do X, incluindo sua compra por Elon Musk e controvérsias relacionadas, como a disseminação de notícias falsas e casos de preconceito.


Com certeza. As fontes fornecidas oferecem uma análise multifacetada do impacto das redes sociais na sociedade, desde a sua criação até as tendências futuras, abordando tanto aspectos positivos quanto negativos e conceituais.

Primeiramente, é importante entender que uma rede social é, em sua essência, uma estrutura social composta por pessoas ou organizações conectadas por um ou vários tipos de relações, compartilhando valores e objetivos comuns. Uma característica fundamental é a sua abertura, permitindo relacionamentos horizontais e não hierárquicos entre os participantes. Embora o termo seja comumente associado hoje às Redes Sociais Virtuais (RSVs), o conceito sociológico de rede social existe há cerca de um século.

A conexão online tornou-se primordial com o advento das redes sociais, tornando possível a conexão entre pessoas de todo o mundo em tempo real. Esse fenômeno está cada vez mais integrado à vida cotidiana. Novas plataformas são lançadas todos os anos e marcam a história da internet. Vimos grandes plataformas como Facebook e LinkedIn crescerem exponencialmente nos últimos 20 anos. O Six Degrees, lançado no final dos anos 90, é considerado a primeira rede social virtual e marcou o início das interações sociais digitais ao introduzir o conceito de conexões online a partir de perfis pessoais. Sua ideia de "rede estendida", conectando amigos de amigos, influenciou diretamente o "grafo social" de plataformas posteriores como Facebook, Instagram e TikTok.

A criação de empresas como o Facebook, que depois se transformou em Meta (dona de Instagram e WhatsApp), mudou o mundo da publicidade, do e-commerce e criou o mercado da influência. Bilhões de dólares circulam nas mãos de criadores de conteúdo que utilizam essas plataformas, em um ciclo que se retroalimenta: quanto mais gente influente, mais usuários nas redes. O marketing nas redes sociais é mais pessoal e interativo do que outros meios. As redes sociais online são plataformas de interação com clientes e potenciais clientes, promovendo a fidelização em tempo real. Elas são cada vez mais utilizadas para vendas, com recursos como o Marketplace do Facebook e a loja do Instagram. Em 2023, Instagram, WhatsApp e Facebook foram os principais meios de divulgação para pequenas e médias empresas digitais no Brasil.

No entanto, as consequências do crescimento exponencial dessas tecnologias têm impactos preocupantes na saúde do indivíduo e na sociedade como um todo. O documentário da Netflix "O dilema das redes", analisado em um dos artigos, evidencia como as empresas das grandes plataformas trabalham para tornar seus usuários cada vez mais dependentes desse sistema, chamado de "capitalismo de vigilância". As empresas desenvolvem um design que visa criar um hábito inconsciente para manter o usuário conectado e consumindo conteúdo, pois quanto mais tempo online, mais exposto ele estará a anúncios, cuja atenção é o verdadeiro produto que as Big Techs vendem. Dados sobre o comportamento online e offline dos usuários são cuidadosamente monitorados e registrados, dando às plataformas mais informações sobre nós do que jamais se imaginou.

Entre os malefícios das redes sociais, destacam-se a propagação de notícias falsas ("fake news"), o vício tecnológico e a polarização política. Fake news são intencionalmente falsas e aptas a enganar leitores, encontrando terreno fértil nas redes sociais. Elas podem deturpar o senso de valor ideológico e cultural, levando à aceitação de ideais prejudiciais e discursos infundados, deslegitimando a causa de minorias historicamente subjugadas. A era da informação se torna a era da desinformação, onde notícias falsas se propagam mais rapidamente que as verdadeiras, e o conteúdo importa mais que a fonte. Isso pode representar um grande risco para a democracia, tendo sido associado à ascensão de políticos de extremo partidarismo.

O uso descontrolado das redes sociais pode causar prejuízos diretamente relacionados à aprendizagem e promover distanciamento social. Variados são os malefícios para o desenvolvimento de crianças e jovens. Adolescentes são particularmente afetados, com o uso e a frequência de acesso às redes sociais relacionando-se à insatisfação corporal, especialmente entre meninas. As redes podem enfraquecer e tornar os relacionamentos superficiais, criando uma sensação de proteção que, na verdade, afasta as pessoas e impede o enraizamento das relações e o fortalecimento do diálogo.

Por outro lado, a conexão online proporcionou benefícios e mudanças globais. A propagação rápida da informação online ampliou o acesso ao conhecimento, possibilitando a aprendizagem remota e a troca de ideias em tempo real. As redes sociais têm desempenhado um papel importante no estabelecimento de comunidades de aprendizagem, discussão e resolução de dúvidas, ampliando o alcance da educação. Elas também facilitam a conexão com pessoas em todo o mundo. As redes sociais virtuais permitem que a interação social ocorra em tempo real. Elas se apresentam como uma plataforma de interação com clientes e potenciais clientes, promovendo a fidelização.

Além disso, as redes sociais têm sido ferramentas para manifestações sociais e debates políticos. O Twitter (agora X), por exemplo, foi usado para organizar eventos como o Pillow Fight Day, divulgar manifestações políticas, e até mesmo fornecer informações em tempo real durante eventos como apagões. O X também foi palco de debates políticos e movimentação da oposição. Contudo, o X enfrentou controvérsias relacionadas à veiculação de notícias falsas e ao uso político que violava suas regras, sendo acusado de viés político.

Conceitualmente, o termo "rede" carrega significados ambíguos: aprisionar e libertar. Essa ambiguidade está associada ao uso mitológico e histórico do conceito. Enquanto na sociedade ocidental tradicional as relações sociais são idealizadas e realizadas sobre uma estrutura hierárquica (pais e filhos, patrão e empregado, etc.), as redes sociais digitais, mesmo inseridas nesse contexto verticalizado, proporcionam aos usuários experiências de relações sociais horizontalizadas. Essa experiência nas RSVs está na contramão da própria organização social vigente, criando uma contradição na experiência subjetiva, onde a coletividade nas redes digitais pode ser vista como de iguais e com compartilhamento, enquanto nos demais espaços predomina a competição e o individualismo.

Olhando para o futuro, o cenário das redes sociais continuará a evoluir. Duas grandes forças apontadas são a ascensão da inteligência social como ferramenta estratégica (indo além do monitoramento de tendências para antecipar comportamento do consumidor e identificar movimentos culturais emergentes) e a descentralização das plataformas. A descentralização promete devolver o poder aos usuários, permitindo que escolham seus algoritmos e níveis de moderação, criando experiências personalizadas e reduzindo a dependência de decisões corporativas. Isso pode levar ao fim do "aprisionamento algorítmico".

Em suma, as fontes destacam que as redes sociais tiveram um impacto profundo e complexo na sociedade, transformando a comunicação, o comércio e as interações políticas e sociais. Elas trouxeram benefícios como a conexão global e a facilitação do acesso à informação e aprendizado, mas também sérias preocupações como a dependência, a propagação de desinformação e a polarização, com efeitos negativos na saúde mental e no desenvolvimento, especialmente de jovens. A discussão crítica sobre redes, seus benefícios e implicações na vida cotidiana é vista como necessária para um uso consciente, construtivo e eficaz.


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